18 de Março – Dia Mundial do Sono – Por que não dormimos bem?

A neurologista Dra. Andrea Bacelar, médica do sono explica quais são os fatores que prejudicam a qualidade do sono e alerta sobre os prejuízos que a privação de sono traz à saúde

Na próxima sexta-feira, dia 18 de março será celebrada o Dia Mundial do Sono. Estima-se que mais de 70% da população brasileira sofra com algum problema em relação ao sono. Os fatores que dificultam o início do sono e que interferem na qualidade do sono são diversos.

“Alterações no ambiente, como estímulos sonoros (barulho da rua), luminosos (aparelhos eletrônicos) e temperatura do quarto podem dificultar o início e manutenção do sono. Alterações em diferentes sistemas fisiológicos impactam na qualidade e na quantidade do sono, podendo desencadear alguns distúrbios do sono”, explica Dra. Andrea Bacelar, neurologista, médica do Sono e diretora da Clínica Bacelar (RJ).

A especialista explica que o passo inicial é reconhecer se o sono não está com a qualidade ideal e notar se está repercutindo na saúde e no desempenho das tarefas do dia a dia. “Essas queixas devem ser relatadas a um médico especialista em Sono para que sejam realizadas a anamnese e os exames para que a partir do diagnóstico direcione para o tratamento adequado”, ressalta a médica.

Os distúrbios do sono mais prevalentes na população são a insônia e a apneia do sono. A insônia é a dificuldade em iniciar ou manter o sono, que acontece mesmo quando o indivíduo tem oportunidade de dormir o tempo necessário e em um ambiente favorável ao sono. Os indivíduos com insônia dormem menos tempo que o necessário para ter boa saúde e qualidade de vida. A apneia do sono são eventos de pausas respiratórias que acontecem durante o sono, que pode levar à diminuição de oxigênio no organismo e, em resposta, o indivíduo desperta (despertares curtos que geralmente não são recordados). Geralmente, os que têm apneia também apresentam ronco. Na apneia do sono o indivíduo dorme o tempo necessário, porém os despertares ao longo da noite fragmentam o sono, reduzindo a sua qualidade e repercutindo em sonolência diurna e diversos problemas de saúde.

O sono reparador ao longo da vida é um dos fatores essenciais para o envelhecimento saudável. As pessoas que costumam dormir mal têm mais chances de desenvolver ou antecipar o aparecimento de doenças, necessitando de intervenções e tratamentos crônicos, incluindo quantidade de medicações para tomar diariamente. O cuidado com a quantidade e qualidade do sono deve ser permanente para que, nas fases mais avançadas, o indivíduo possa usufruir de melhor qualidade de vida.

 

Recomendações para uma melhor qualidade do sono:

 

1-        Adote horários regulares para deitar e acordar. O horário de levantar no final de semana não deve variar em mais de 2 horas.

2-        Diminua os estímulos antes de dormir: ao redor de 30 a 40 minutos antes de dormir deve-se desligar todos os eletrônicos, desligar a televisão, e fazer uma atividade relaxante, que pode ser uma leitura leve com luz baixa. A necessidade de diminuir os estimulantes antes de dormir varia de pessoa para pessoa. Pessoas com tendência para insônia, devem seguir estas orientações de forma mais sistemática. A luz azul é a mais prejudicial para o sono. É indicado o uso de aplicativos que mudam o padrão de luz após certo horário.

3-        Vá para cama e só fique na cama quando estiver com sono ou dormindo. Ficar na cama sem sono, somente remoendo preocupações dificulta iniciar ou reiniciar o sono. Se após 30 minutos a pessoa ainda estiver insistindo para dormir e com isto cada vez ficando mais ansiosa, é melhor levantar-se, fazer atividade relaxante, e voltar para cama somente com sono.

4-        Evite uso de substâncias estimulantes no período de, no mínimo, 4 horas antes de dormir. Cigarro, café e chá estimulante devem ser evitados. O café pode ficar em ação no cérebro até 7 horas em algumas pessoas e, neste caso, deve ser evitado após 16 horas.

5-        O álcool é reconhecido como um agente e auxilia a iniciar o sono, porém deve ser ressaltado que também leva a uma piora na qualidade do sono, pois fragmenta o sono na segunda parte da noite e impedir que o sono seja restaurador.

6-        Cuide para que o ambiente seja agradável: deixe o quarto escuro e silencioso. Se possível, regule a temperatura.

7-        Evite refeições pesadas no jantar nem coma perto da hora de deitar. O ideal é jantar 2 horas antes de deitar.

8-        Preferencialmente usar a cama apenas como lugar para dormir (evite trabalhar ou assistir televisão na cama).

9-        Pratique atividade física com regularidade.

Sobre Dra. Andrea Bacelar

Especialista em neurologia, medicina do sono e neurofisiologia clínica- ABN, AMB e SBNC.

Doutorado em Neurologia – UNIRIO.

Diretora médica da Carlos Bacelar Clínica.

Presidente da Associação Brasileira do Sono de 2018 a 2021.

Diretora da Associação Brasileira do Sono (2022-23).

 

Serviço:

Site: www.clinicabacelar.com.br

Instagram: @draandreabacelar

Facebook: @draandreabacelar

Podcast Boa Noite com Dra. Andrea Bacelar

Spotify: https://spoti.fi/3ibtauw

Deezer: https://bit.ly/3tYSJEK

 

Divulgação:

Tierno Press Comunicação

 

 

 

Tontura intensa e repentina: será mesmo Labirintite?

A médica otorrinolaringologista Dra. Nathália Prudencio, especialista em  tontura e zumbido, explica como diferenciar o diagnóstico de labirintite

 

 Considerada uma das principais queixas de consultório, a tontura costuma afetar a qualidade de vida do paciente e suas atividades diárias, muitas vezes, gerando uma limitação importante.

Embora a tontura e o zumbido sejam sintomas primários de algumas doenças distintas, é comum o paciente levantar como primeira hipótese o diagnóstico de Labirintite. A médica otorrinolaringologista Dra. Nathália Prudencio, especialista em tontura e zumbido, ressalta a importância da investigação, que deve ser realizada por um médico especializado. “Para avaliarmos as possíveis e verdadeiras causas de uma tontura repentina, o que primeiro devemos fazer é investigar se estamos diante de uma causa central, problemas dentro do cérebro que podem causar tontura, como um Acidente vascular cerebral (AVC) que deve ser diagnosticado e tratado rapidamente por um profissional, ou diante de um problema que chamamos de periférico, dentro do ouvido e que costuma ser o mais comum. Conseguimos diferenciar esses dois tipos de quadros através da história do paciente e exame físico, e por isso é tão importante que esse diagnóstico seja realizado por um especialista”, alerta a médica.

Entenda o que é a Labirintite

A especialista explica que a labirintite costuma ser um quadro raro e pouco diagnosticado no consultório. “A labirintite se manifesta devido a uma infecção dentro do ouvido e que acaba por acometer o labirinto, órgão responsável pelo equilíbrio e pela audição que está dentro do nosso ouvido causando assim sua inflamação, e daí vem o nome labirintite, que nada mais é que a inflamação do labirinto”, esclarece a médica.

Principais sintomas:

– Tontura

– Perda de audição

– Zumbido no ouvido

Embora sejam raros os casos de infecção de ouvido, ocasionada pela labirintite, é possível realizar o tratamento com antibióticos.

Outras possíveis causas da tontura e zumbido

Vertigem posicional paroxística (VPPB)

Quando se trata de doenças que afetam o ouvido, que causam tontura e zumbido, o primeiro diagnóstico que deve ser considerado é a Vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), mais conhecida como a tontura dos cristais.  “Apesar de causar uma tontura recorrente quando o paciente faz determinados movimentos com a cabeça, por exemplo ao se deitar, ao girar na cama, ao levantar a cabeça, o primeiro episódio pode ser bastante intenso e traumático. Geralmente, o paciente se queixa de uma tontura rotatória, mais conhecida como vertigem, que dura por poucos segundos ou minutos acompanhado de enjoo e que melhora espontaneamente”, explica Dra. Nathália.

 

A médica explica que o diagnóstico da VPPB é realizado por meio de posições específicas da cabeça do paciente, realizadas no consultório. O Tratamento é feito com manobras para reposicionamento desses cristais dentro do ouvido, e geralmente, após a manobra adequada a maioria dos pacientes apresenta melhora completa do quadro. “Pode ser que em um primeiro episódio não seja possível fazer o diagnóstico e tratamento devido ao sofrimento do paciente com a tontura e enjoo. Nesses casos, o melhor é aliviar primeiramente o sintoma do paciente com medicações e em um segundo momento fazermos a manobra de tratamento”, esclarece.

Neurite Vestibular

Após ser descartada a hipótese da VPPB, a Neurite vestibular é o diagnóstico provável que esteja causando os sintomas de tontura e zumbido. Trata-se de uma infecção, na maior parte dos casos viral, do nervo responsável pelo equilíbrio: o nervo vestibular. “Neste caso, o paciente apresentará uma vertigem intensa, vômitos e muitas vezes dificuldade para andar, que pode durar por dias ou até semanas, que costuma melhorar com o passar dos dias e após um tratamento adequado para alívio dos sintomas. A Neurite vestibular pode deixar algumas sequelas, como uma tontura leve que pode e deverá ser tratada com a reabilitação vestibular, mas a maioria dos pacientes evolui de uma forma benigna e se recupera completamente após o quadro”, explica a médica.

 

Doença de Ménière

As alterações na região interna do labirinto também podem ser as causas da Doença de Ménière. Neste caso, os pacientes apresentam um quadro de vários sintomas associados: tontura súbita, perda de audição, zumbido e sensação de ouvido tapado. “É comum que após um primeiro episódio, esse quadro passe a vir em crises recorrentes, principalmente, desencadeado por estresse, má alimentação, privação de sono, entre outros fatores”, alerta a médica.

A Doença de Ménière deve ser tratada adequadamente durante a crise e diagnosticada adequadamente para que possa ser feito um tratamento para evitar novas crises.

“Diante de episódios repentinos de tontura associados ou não a sintomas auditivos, como perda de audição e zumbido, é importante a avaliação o quanto antes por um médico especialista para um correto diagnóstico e tratamento”, conclui a especialista.

 

Sobre Nathália Prudencio

Médica Otorrinolaringologista, especialista em Tontura e Zumbido, em constante atualização com ênfase em Otoneurologia, especialidade dedicada ao diagnóstico e tratamento de pacientes com distúrbios do equilíbrio e transtornos auditivos causadores de zumbido.

Serviço:

Site: www.dranathaliaprudencio.com.br

Instagram: @dranathaliaprudencio

Divulgação: @tiernopress